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Quero ser uma Riot Girrrl

Em uma época longínqua em que cabeludos sujos de alma torturada andavam sobre a terra, reinavam as camisas xadrez, os jeans rasgados e as bermudas cargo (haja coragem). As meninas geralmente ficavam relegadas como “as namoradas dos caras da banda”, mas surgiu um movimento que meteu o pé na porta e colocou as mulheres como protagonistas, unindo punk rock, consciência feminista e o bom e velho faça-você-mesma.

Mas antes de falarmos porque você deve conhecer o movimento Riot Grrrl, uma breve história:

Kurt smells like teen spirit.

Foi a frase que kathleen Hanna escreveu em uma noite, digamos muito divertida, na parede de Kurt Cobain em uma noite, que então namorava Tobi Vail, a baterista do Bikini Kill.

Seis meses depois Kurt ligou para Katlheen perguntando se poderia usar a frase em uma de suas músicas.

Teen spirit era um desodorante... Kurt só descobriu depois que escreveu a letra.

Muito já foi falado sobre o movimento Riot Grrrl, teses e artigos escritos, documentários lançados, mas em uma época que meninas e mulheres ainda buscam por seu protagonismo, faz muito sentido falar sobre ele, especialmente para as gerações mais novas.




Bikini Kill

O movimento nasceu no começo da década de 90 na cidade de Olympia, no então isolado estado de Washington, na costa oeste americana.

Uniu um grupo de mulheres para debater sobre o sexismo na cena punk e decidiram iniciar um movimento de “girl riot” (algo como revolta das garotas) contra uma sociedade onde não se sentiam validadas.



Através de produção cultural o movimento usava a música e outros meios como os famosos fanzines para se comunicar, expressar seu ponto de vista sobre assuntos extremamente pessoais e pertinentes ao universo feminino. Um movimento que permitiu que as mulheres tivessem outras referências sobre beleza e sexualidades daquelas que eram consideras os padrões.

Te soa familiar ainda hoje?

O movimento Riot Girrrl uniu a beleza do punk rock em sua essência, digo por que somos humanos e humanos tendem a distorcer tudo, que é ser quem você realmente é, sem distinção.



Talvez seja uma visão romântica sobre o movimento punk, mas acima de tudo é o famoso faça você mesmo.

As meninas se organizavam para gravar, produzir, fazer a capa do seu disco e apresentar seu próprio material. Produziam fanzines para se comunicar e se expressar em uma época que não existia a facilidade da internet, e uma arte que para as gerações mais novas talvez pareça uma técnica arcaica, mas ainda em atividade e super relevante.



Bratmobile

E assim o movimento cresceu, atingiu primeiro a região noroeste e norte dos Estados Unidos, conquistando país, depois o mundo e aterrissou no Brasil.

Talvez o maior expoente do movimento seja o Bikini Kill e aqui no Brasil tivemos nossas representantes de peso como As Mercenárias e as Dominatrix, entre outras.



As mercenárias

Mas falar de uma ou duas bandas seria injustiça, por isso fizemos uma lista de bandas, livros e documentários para você descobrir o movimento Riot Girrrl e porque ele ainda é tão relevante.


PLAYLIST

1. Bikini Kill - Rebel Girl

2. Bratmobile - Cool Schmool

3. Excuse 17 - Watchmaker

4. Slant 6, ‘Poison Arrows Shot at Heroes

5. Mercemárias – Polícia

6. Dominatrix - No Make Up Tips

DOCS

1. Don't Need You – The Herstory Of Riot Grrrl

2. The punk singer

3. Lost Grrrls: Riot Grrrl in Los Angeles

4. Not Bad For a Girl


LIVROS

1. GAROTAS À FRENTE - RIOT GRRRL





















2. The Riot Grrrl Collection






















3. Girl Power: The Nineties Revolution in Music
























4. Hunger Makes Me a Modern Girl: A Memoir



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